Tríptico da Liberdade Considerada



Para Nabuco. De Pernambuco


Por ônibus saio de Vitória para Jaboatão. Daqui chego no Recife de trem. Estação Recife: desço. Só pelos meus pés agora nos encontraremos: assim saberemos o motivo desta postagem. Imaginação!

Na calçada da Casa da Cultura, bem em frente desta, nós estamos. Percorremos nossa via como quem vai chegar à Conde da Boa Vista. Mas não: detenhamo-nos em uma praça no caminho.

Praça Joaquim Nabuco. Vista grossa: percebemos sinais de reforma recente. Pequena, mas com estatuária chamativa, rememora talvez algo que nos inconscientemente pertence...

Sentemo-nos em algum lugar então?

*

Soberania: liberdade nacional.

Como sem condições?

Abalos sísmicos. Haiti. Desastre que se tornou bastante maior por causa das condições pelas quais este país passava no momento dos acontecimentos catastróficos.

Em momentos anteriores, independente por mãos negras, antes independente de quaisquer outras muitas nações, esta colocou, temerosamente na consciência duns, esperançosamente na doutros seres humanos, prenúncios de liberdade, pelas colônias americanas sentidos, estas que lutavam no mesmo sentido: serem independentes.

Entretanto... Mudanças na roda da fortuna! Das esperanças sobraram as vontades individuais exacerbadas pelo capitalismo. Benefícios na verdade malefícios, alguns estados ganharam mais, outros menos.

Haiti? Muito menos.

Qual ser humano pode ter dignidade sem suprir suas necessidades básicas?

Injustiça presente: calamidade futura. Sim: eis tudo.

*

Liberdade: palavra difícil que nos exigirá sempre luta pelo menos a compreendê-la minimamente. Somos livres? Desumanamente não. Podemos esperar do Brasil seu responder à chamada das nações que não têm mais escravidão lícita. Mas as hodiernas, das mais patentes as bastante veladas (Estas muito custosas de combater pois envolvem idiossincrasias), corroem nossas vontades e nos legam somente desesperanças. Enquanto tamanhas injustiças houverem continuaremos sem liberdade. Largamos corpos, agora livres, mas presas mantemos nossas consciências? Aceitar tudo como normal para viver mediocremente?

Percebemos o pouco de consideração que temos pela liberdade?

Nabuco conseguiria por nossos tempos ser logo compreendido por usarmos dos melhores recursos tecnológicos de comunicação? Talvez não. Temos somente conosco preocupações e com mais ninguém. Mas... E nossos corações amargurados?

Nós podemos sentar em um banco de praça. Portanto também podemos ter esperanças ainda.

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