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Mostrando postagens de fevereiro, 2024

Zé Pereira Chegou!

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Vitória de Santo Antão, no sábado de Zé Pereira, vive no topo de seu Carnaval. Topo, diga-se bem, andino. Comparável ao do Recife, que vem a ser himalaio, no Galo da Madrugada. Folia que, de tão alta, foi criada por alguém extraterrestre! Seu nome vem a ser Etesão. Com Etesuda, seu cônjuge, faz pular frevos e mais frevos extremamente rasgados quase metade de meu burgo. Quase metade de minha cidade sabe, por agora, descer a ladeira do Braga: tão estreita quanto das amizades excelentes seus abraços. Ou das paqueras ardentes seus enlaços de bem fazer amor. E raia pelos logradouros próximos até tomar conta de boa parte do comércio vitoriense pois é multidão. E muita gente de fantasia! Sim: é tempo de Momo. Com vária gente de pouca roupa pois é calor de coração e não só de sol. Alguém bêbedo, não somente bebum mas já para lá de Bagdá por até, consegue frevar ainda: bem embalado pela cachaça. Sabe cambalear no pulso das orquestras: infelizmente só duas. No mínimo do mínimo ser quatro deve

Desídia Foliã

Na direção da praça da matriz de Santo Antão o Bloco da Saudade retornava. Porém irreconhecível. Não pela beleza refinada de suas fantasias. Nem por seus frevos cantados e tocados com primor. Tampouco por um encanto que sempre despeja pelos ares em torno de seu galante passeio carnavalesco. Mas por falta de gente foliã. Parte de seu percurso, pois aquilo que pude presenciar em parte foi somente, tinha praticamente ninguém. Acompanhando seu carnaval em Vitória? Sim. Mas... E pessoas nas calçadas? Um tanto. Mas... E pessoas nas praças? Um bocado. Mas... E pessoas sei lá por onde de bobeira? Seis ou nove quiçá. Sim. O célebre Bloco da Saudade fez seu cortejo para meia-dúzia por Vitória de Santo Antão. Divulgação falta? Falta valorização de nossa cultura? Falta sabe-se lá mais que coisa podendo faltar? Respondo: falta vergonha na cara! De quem organiza carnavais e do povo vitoriense. Nem hei de comentar o Taboquinhas a completar cem anos como se fosse cem dias. Em sua marcha-regress

No Passo do Frevo

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Praticar gestos imediatamente percebidos abruptos em mugangas, quase sempre por um aparente taco-taraco, mas expressados com movimentos enfim a buscar êxtases hagiográficos, determinam a base do passo de frevo que criativo baila tão original quão é a criação toda só divina. Não há possivelmente dança contemporânea bem feita por além da frevada. Tamanha capacidade de ser assim uma manifestação intensamente corporal atinge vários limites até da matéria num fervor confundível aos espasmos epilépticos. Porém, em ímpar arte que registra quão a beleza pode ser tátil por um arroubo pleno das anatomias humanas, é composição admirável a demonstrar o pulso de qualquer energia: palpável à contemplação que tão apaixonada por tanta performa deseja tomar para si todos os apetites de viver. Quando se presencia tal espetáculo difícil é não sofrer o contágio de querer demais sem pudor algo que conseqüentemente tesão estará concebido só corpo nas suas inúmeras possibilidades de compôr ações anárqu