A Prédica de Tourinho


Na sexta-feira passada, portanto da paixão, estava diante do Senhor Morto que carregariam nos ombros momentos depois em procissão. Estava na liturgia católica da paixão de Cristo. Diante do Senhor Morto, coberto com um pano vermelho, mas não perto: juntamente com o grosso do povo no templo do nosso pai Antão. Era momento de prédica. Tourinho, que fez uma pregação de quinta na quinta-feira santa, foi com paixão que pregou paramentado de cor rubra.

Lembrou-nos do nosso rubro veio: batalhas por ancestralidade nossa de Pernambuco travadas contra toda protestantada flamenga desejosa de ganhar engorda das boas com açúcar mais sem afeto. Lembrar tal acontecimento na cidade da Vitória? Pois sim! A cidade se comporta como se tal nome significasse seu contrário. Bem... E Pernambuco também acompanha! Senão saibamos mais as palavras de Tourinho.

Cadê Pernambuco? Sofreu batalhas encarniçadas para defender a fé. Porém depois aceita receber um jogo de futebol em plena sexta da paixão! Quer contradição maior para dar tão na vista? Pouquíssimas teremos! Infelizmente, Tourinho de vermelho, nós estamos em um mundo pagão. Os sons nas ruas pelo dia do Senhor Crucificado foram os corriqueiros em fim de semana dominical até: barulhos com axé, forrós estilizados, sertanejo das universidades e “funk”. São canções tão religiosas, meu Deus!... Tal gente com ouvidos tão sensíveis à música de qualidade certamente que pouco darão importância para semanas de lei.

Sem lei: sua preferência.

Mas o bispo fez o povo que comprou todos os ingressos do jogo passar vergonha na sua retórica. Sem esquecer a corrupção na Confederação Brasileira de Futebol também lembrou nosso placar em uma partida de copa no nosso país: goleada que levamos chorando da seleção alemã. Tourinho não sabe mas as batalhas da Restauração Pernambucana foram vitoriosas igualmente contra gente germânica de nova seita. Bem...

Apesar da goleada preferimos mais a seleção canarinha pentacampeã: menos então quem a morte venceu. Pior: e gente de Pernambuco que séculos atrás morria por Nosso Senhor!

Uma beleza de prédica! Mais acrescento para dar encerramento: Tourinho nada mais e nada menos é baiano. Quer dizer: uma província que vem a ser inimiga nossa fidagal histórica nos soube dar uma lição daquelas. Quem ia gostar de disso saber era Fábio Vilela, que com esperança vou chegar no céu para revê-lo, meu colega do curso preparatório para vestibular chamado Vitória...

Só me resta lho dedicar a crônica sobre seu conterrâneo. Saudade!

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