Zé Pereira Chegou!

Vitória de Santo Antão, no sábado de Zé Pereira, vive no topo de seu Carnaval. Topo, diga-se bem, andino. Comparável ao do Recife, que vem a ser himalaio, no Galo da Madrugada. Folia que, de tão alta, foi criada por alguém extraterrestre! Seu nome vem a ser Etesão. Com Etesuda, seu cônjuge, faz pular frevos e mais frevos extremamente rasgados quase metade de meu burgo.

Quase metade de minha cidade sabe, por agora, descer a ladeira do Braga: tão estreita quanto das amizades excelentes seus abraços. Ou das paqueras ardentes seus enlaços de bem fazer amor. E raia pelos logradouros próximos até tomar conta de boa parte do comércio vitoriense pois é multidão. E muita gente de fantasia! Sim: é tempo de Momo. Com vária gente de pouca roupa pois é calor de coração e não só de sol. Alguém bêbedo, não somente bebum mas já para lá de Bagdá por até, consegue frevar ainda: bem embalado pela cachaça. Sabe cambalear no pulso das orquestras: infelizmente só duas. No mínimo do mínimo ser quatro deveriam!

Em direção à matriz do velho padroeiro todos os passos vão frevados. E com euforia se desmantelam em confetes e serpentinas. É "Motoristas" de Nunes!... É "Fubica" de sei lá quem... Êta!... "Vassourinhas"! O chão vibra. Livramento com Matriz: um formigueiro só pela contemplação divina.

Quanta gente jovem! E feliz estou por isso pois em décadas atrás pouca juventude, quase nada praticamente, desejava frevar. Graças aos Céus uma boa mudança! Na frente minha, quanto de meu irmão, uma senhorita, para nossa presença nem aí pois com atenção posta só pelas suas amizades atrás de nós, diz a gritar: "Eu quero saber o significado de 'opíparo'!". Tal palavra foi lida por um estandarte belíssimo: digno portanto da troça foliã demais. Esta troça de casal extraterrestre vem a ser opípara pois é de se gostar e muito! Por um esplendor tão-só bem seu. Similar ao tesão de tão saboroso: já contemplando mesa farta com iguarias pernambucanas.

De mulher tesuda que nem Hermila Guedes. Ou Maeve Jinkings. Também Nash Laila.

Parte valorosa de nossas ancestralidades são antropofágicas: então devoramos as excelências para nos tornarmos elas todas esplendidamente. Basta compreender o Carnaval: de Pernambuco bem inseparável apesar de não surgir pernambucano.

Fazer amor é se tornar alguém não eu mas alheio. No momento gostoso de ter êxtases naturalmente. Talvez os sobrenaturais até simplesmente fazem amor com Deus! E no frevo nossos corpos se movimentam por danças só bailadas tão amorosas no sexo.

Discussões mil existem se vidas extraterrestres inteligentes existem ou não. Estúpidas pois duas fazem em Vitória de Santo Antão maravilhosa troça carnavalesca. Más línguas, infelizes pois destroem brinquedos, a viverem assim uma suposta realidade, pois de cores somente pasteis, e jamais até vibrantes em sombrinhas de frevo, dizem serem ambas essas criaturas ditas extraterrenas meras bonecas gigantas. Que dizer sobre? Nada pois... Evoé!

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