Desídia Foliã

Na direção da praça da matriz de Santo Antão o Bloco da Saudade retornava. Porém irreconhecível. Não pela beleza refinada de suas fantasias. Nem por seus frevos cantados e tocados com primor. Tampouco por um encanto que sempre despeja pelos ares em torno de seu galante passeio carnavalesco. Mas por falta de gente foliã.

Parte de seu percurso, pois aquilo que pude presenciar em parte foi somente, tinha praticamente ninguém. Acompanhando seu carnaval em Vitória? Sim. Mas... E pessoas nas calçadas? Um tanto. Mas... E pessoas nas praças? Um bocado. Mas... E pessoas sei lá por onde de bobeira? Seis ou nove quiçá.

Sim. O célebre Bloco da Saudade fez seu cortejo para meia-dúzia por Vitória de Santo Antão. Divulgação falta? Falta valorização de nossa cultura? Falta sabe-se lá mais que coisa podendo faltar? Respondo: falta vergonha na cara! De quem organiza carnavais e do povo vitoriense.

Nem hei de comentar o Taboquinhas a completar cem anos como se fosse cem dias. Em sua marcha-regresso que se canta desde seu princípio de cortejo repetida com exaustão e benza-te Deus! Cantar adeus no percurso todo? Por Nossa Senhora das Vitórias! Muito menos vou tratar aqui da patranha de se dizer bloco de fado sendo que fado nem é carnavalesco. Poderia ser um bloco lírico? Poderia! Porém apega-se no suposto fado que possivelmente foi marcha-rancho por avoengas idades. Adequada demais a... Sim! A frevos de bloco! Chamados de marchas-de-bloco por Edgard Moraes, aliás.

Pelo menos o Taboquinhas bailou com o famoso Bloco da Saudade no fim de seus respectivos percursos em frente do Silogeu vitoriense. Quem sabe tal maravilha de momento não dê juízo... Juízo? Conto por aqui só mais um, em inúmeros quase, desleixo nas antonenses folias.

Desleixados carnavais assim, infelizmente, desde sempre.

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