Meditação às Escuras

Andar pelas ruas é triste por hoje, tanto na minha cidade natal quanto no Recife, pois elas estão desertas de gente cada vez mais cedo nos horários noturnos. Aparentadas vão assim com a madrugada cada vez mais espreguiçada na sua desenvoltura de boca da noite.

Porém até feliz seria se só fosse tal deserto composto de madrugada madrugadoira. Caminhar, inclusive, sem gente para topar é calmante para convivências mal vividas. Alguém, por exemplo, que briga feio com seu cônjuge precisa de tal passeio: não? É salutar! Inclusive tal madrugada possibilitada vai pelo repouso majoritário.

Não há repouso na triste madrugada contemporânea portanto. Ninguém dorme bem assim. Violência que se pratica com a luz até do sol a pino só poderá ser mais extravasada por horas mortas... Não? Ai principalmente de quem estiver vivendo com plenitude por elas!

E lembro já por aqui também das assombrações, de saudosa memória, tão singelas perante tamanha brutalidade de nossos tempos: suspeito de seu temor igual ao nosso por não mais ulularem por aí.

Perigo de sair às onze... Perigo de sair às dez? Sim. E perigo também de sair às nove da noite.

Vamos chegar aonde com tamanho medo? Nos hospícios? Nas ilhas? Em guerras declaradas de vez para sempre? Não sei. Sei que temo pelas nossas relações sociais tão estremecidas de pôr o pé num rumo certo de vida.

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